8 filmes para ver no Cineteatro Louletano
O Festival Política regressa, de 19 a 21 de outubro, a Loulé, tendo a Pós-democracia como tema central. São três dias de cinema, performances, música, humor, exposições, visitas guiadas e debates centrados na defesa do sistema democrático e na promoção da cidadania, intervenção cívica e direitos. Partilhamos os oito filmes que serão exibidos no Cineteatro Louletano. A entrada é gratuita. Todos os filmes são legendados em português. A sessão “Novíssimas cartas portuguesas” inclui audiodescrição. Consulta aqui o programa completo dos três dias (PDF).
“Alcarràs”, de Carla Simón, 120’ (Espanha e Itália)
Há já três gerações que a família Solé sobrevive do cultivo de pessegueiros na pequena cidade de Alcarràs (Catalunha, Espanha). As suas vidas, até aí pacatas, mudam quando recebem uma notificação do senhorio que lhes dá até ao final do Verão para abandonar a terra. O proprietário dos terrenos tenciona arrancar todas as árvores para que ali possa ser feita a instalação de painéis solares. Essa notícia vai abalar todos os elementos da família que, apesar de muito unidos, têm formas diferentes de abordar o futuro ou de encontrar novas formas de sustento. Essa insegurança vai dar origem a desavenças difíceis de gerir. Filme exibido em parceria com o Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa. Antes da sessão será feita a evocação do vencedor do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2023: o corajoso povo da Ucrânia. Para ver a 19 de outubro, 18h.
“O aparente caos da diversidade”, Colectivo Fotograma 24 e estudantes de Montemor-o-Novo, 5’
Quando a aparência se sobrepõe à própria realidade, torna-se essencial refletir sobre questões que existem desde o início da nossa espécie e que contribuem para a sua evolução. Assegurar que hoje podemos ver para além do “aparente caos” requer coragem por parte da sociedade, mas facilita a aceitação da diversidade. Integra a sessão “Portugal ao Espelho”, 20 de outubro, às 22h30.
“Bentuguês”, Daniel Borga, 16’
Depois da escola, um grupo de crianças reúne-se na Casa de São Bento, onde está localizado um projeto comunitário. Aí têm a liberdade de sonhar, brincar e crescer. Dentro de uma máquina do tempo, pensam no seu futuro. Integra a sessão “Portugal ao Espelho”, 20 de outubro, às 22h30.
“Nha Fidju”, Diogo Moreira Carvalho, 5’
Um filho sem a mãe, uma mãe sem o filho. Um problema de gerações de afrodescendentes, o seu direito a uma família e a uma casa. Integra a sessão “Portugal ao Espelho”, 20 de outubro, às 22h30.
“Que mundo, português?”, António Limpo, 10’
A Exposição do Mundo Português, nesse Portugal grandioso e verdadeiramente pequeno, na hipnose do fascismo e analfabetismo vigente. Do Portugal perfeito ao Portugal imperfeito. Algures entre a Ilusão e a Alheação, que mundo este, português? Integra a sessão “Portugal ao Espelho”, 20 de outubro, às 22h30.
“Somos punks ou não?”, Telmo Soares, 20’
Nasceram para serem artistas e recusam-se a aceitar que as limitações com que nasceram possam parar os seus sonhos. Com mais de 25 anos como banda, com ensaios semanais, mais de 200 concertos (principalmente em instituições e eventos de inclusão social), houve mudanças no grupo por questões de saúde de alguns membros mas sempre a sonhar com a participação plena como banda. Integra a sessão “Portugal ao Espelho”, 20 de outubro, às 22h30.
“Novíssimas cartas portuguesas”, documentário de realização coletiva, 55’
O julgamento das 3 Marias foi o primeiro momento do movimento feminista português com projeção internacional. Agitou as águas estagnadas da ditadura e foi um grito ensurdecedor para o mundo. Que impacto teve a obra pela qual foram julgadas? Quão diferentes são as nossas vidas hoje? No 50o aniversário do livro “Novas Cartas Portuguesas” um grupo de mulheres produziu este documentário para questionar em que ponto se encontra a luta feminista. Há novos problemas? Quais são as novas opressões? Nesta sessão serão revelados os vencedores da secção de cinema do Festival Política 2023. Sessão com audiodescrição. Dia 21 de outubro, às 17h.
“Sou Quarteira”, de Miguel Jacinto e Selma Lopes, 31′
Uma série de retratos que revelam o que realmente faz da cidade um lugar especial: a sua riqueza multicultural e sua diversidade. Desde dos habitantes, às comunidades, aos bairros, às ruas, às culturas emergentes… Esta é a voz dos que viajaram e foram em busca dos seus sonhos, dos que ficaram e dão vida à cidade, dos que a cidade adotou e dos que ainda agora chegaram e são o futuro. Indivíduos que fazem trabalhos notáveis, em diversas áreas como: a música, a arte, o desporto, a ciência, empreendedorismo, entre outras. Histórias incríveis que têm como objetivo revelar ao mundo uma outra face da nossa cidade e posicioná-la enquanto incubadora de talento inspirando as futuras gerações a seguir seus sonhos. Após a exibição do documentário há uma conversa com alguns dos protagonistas do documentário. Curadoria: Eu Sou Quarteira”, com interpretação para Língua Gestual Portuguesa. Dia 21 de outubro, às 18h30.