Festival Política co-produz documentário dedicado à música cigana portuguesa
“A Música Invisível” é um filme que resulta de mais de 250 vídeos que Tiago Pereira gravou em várias localidades do país, entre 2019 e 2022, com diferentes comunidades ciganas portuguesa, dando origem ao projeto A Música Cigana A Gostar Dela Própria. A partir dessas gravações, feitas de atuações de música, dança e curtas entrevistas, Tiago Pereira traça no seu novo documentário “A Música Invisível” um retrato sobre a relevância da música no quotidiano das comunidades ciganas.
“A Música Invisível” é uma produção A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, com co-produção do Festival Política. É a primeira vez que o Festival Política assume a co-produção de um documentário.
O filme será apresentado no Festival Política em Lisboa, Braga e Loulé, entre abril e setembro de 2022.
“Eles são portugueses, estão cá há 500 anos, nascem aqui gerações e gerações consecutivas, fazem música, a música na comunidade deles está sempre viva. Toda a gente anda pelo país a gravar, vai gravar ao Alentejo, grava cante e passa ao lado dos ciganos e não grava os ciganos, porquê? É porque não são considerados”, declarou à agência Lusa Tiago Pereira, realizador e documentarista, que acrescentou que este filme é uma tentativa de compreender e mostrar o que é a música cigana portuguesa, fortemente influenciada pelo flamenco, profundamente ligada à religião e fruto de uma aprendizagem que se faz quase sempre de forma autodidata dentro da comunidade. “Nós devemos-lhes isso. Entender que eles ainda têm uma comunidade viva, que nos mostra que há um cantar livre, espontâneo, que faz parte da forma orgânica da sua cultura e que nós perdemos isso e nunca mais vamos recuperar”, afirmou Tiago Pereira.
O documentário conta com a participação, entre outros, do músico Armando Cabreiras, conhecido como Raspa, do guitarrista António Chinês Jimenez, do rapper Lukas e do guitarrista José Pedro Lima.