Programação 24 de setembro – Loulé

Após as edições de Lisboa e Braga, que somaram mais de três mil participantes ao longo de sete dias, o Festival Política prepara uma nova edição em 2022 na cidade de Loulé. Entre os dias 22 e 24 de Setembro, o Cineteatro Louletano será o epicentro das atividades da estreia do evento no Algarve, que terá também atividades no Palácio Gama Lobo, no Solar da Música Nova e nos Banhos Islâmicos.

Serão três dias preenchidos com filmes, espetáculos, música, humor, conversas e instalações, tendo a Desinformação como tema transversal e a guerra na Europa como pano de fundo. A programação tem como foco os direitos humanos e a desinformação enquanto ameaça à democracia, fator de polarização, discriminação e marginalização de grupos populacionais, e elemento que mina a confiança dos cidadãos nos meios de comunicação social e no jornalismo.

Todas as atividades do festival são de acesso gratuito e têm um compromisso com a inclusão – todas as sessões de cinema têm legendagem em português (incluindo os de língua portuguesa) e todas as atividades são acompanhadas por interpretação em Língua Gestual Portuguesa. Consulta aqui o programa para os três dias em PDF. 

É esta a programação para 24 de setembro (sábado)


10h30
História da Loulé Islâmica e do Islão em Portugal – visita guiada e conversa

Um percurso a pé pelo centro de Loulé para conhecer melhor a História Islâmica da cidade, conduzido por Alexandra Pires (chefe da unidade operacional de Arqueologia e Museologia da Câmara de Loulé). Termina nos Banhos Islâmicos, com uma conversa com o sheik Zabir Edriss, conselheiro religioso da comunidade islâmica em Portugal e presidente do Centro Cultural das Colinas do Cruzeiro (Odivelas) sobre os mitos e desinformação em torno do Islão, e com Dália Paulo, diretora municipal de Administração, Planeamento e Modernização Administrativa da Câmara Municipal de Loulé.

Ponto de encontro: Entrada do Museu Municipal de Loulé (Castelo). Inscrição através do e-mail: participa.politica@gmail.com. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa, mediante inscrição

18h. Auditório Solar da Música Nova
A Música Cigana a Gostar Dela Própria – documentário “A música invisível”, de Tiago Pereira, e concerto. Reserva aqui o teu bilhete

Os ciganos têm presença na Península Ibérica pelo menos há 500 anos, no entanto em Portugal a sua música foi sempre quase esquecida, pouco conhecida, pouco gravada. Hoje essa música distingue-se muito por rumbas e fados, mas também por muita música religiosa e algum rap. Existem também músicos que não sendo ciganos se apaixonam por esta música e a adotam. Viajamos então pelo país para conhecer esta música invisível. Segue-se um concerto e uma conversa dedicada à música cigana em Portugal. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa

21h. Cineteatro Louletano
“Samba de Guerrilha”, de Luca Argel – música. Reserva aqui o teu bilhete

Luca Argel apresenta “Samba de Guerrilha” o seu quarto álbum dedicado à resistência política contra a escravidão e o racismo, protagonizada pelas manifestações culturais da diáspora africana no Brasil. Cantor e compositor brasileiro, carioca tijucano é mestre em Literatura pela Universidade do Porto, em Portugal, Luca Argel divide o tempo entre os palcos e outros projetos, como bandas sonoras para dança e cinema, programas de rádio e podcasts dedicados à música brasileira, e a produção literária. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa

22h30. Cineteatro Louletano
Cinema – Sessão Corpos Políticos II. Reserva aqui o teu bilhete

“O Berloque Vermelho”, de André Murraças, 8’ (Portugal)
Um homem recebe de um amigo um berloque em forma de coração para pôr ao pescoço. Quando a jóia desaparece, o homem entra em pânico e não consegue lidar com os sentimentos que o gesto e a perda do berloque lhe suscitam. Num ato louco e sangrento, fará o impensável.

“O Ofício da Ilusão”, de Cláudia Varejão, 6’ (Portugal)
A arte da ilusão é esculpida com imagens de um arquivo familiar dos anos 70 e 80 e clips de som de filmes. Madame Bovary é a heroína de Flaubert e abre os anfitriões deste exercício narrativo. Com base no diálogo de Ema Paiva com o seu amigo e confidente Pedro Lumiares no filme “Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira, entendemos a identidade de género como uma caracterização fechada dos valores sociais.

“O Teu Nome É”, de Paulo Patrício, 24’ (Portugal)
O olhar sobre o caso de homicídio de Gisberta Salce Jr., transexual, hiv-positiva, sem-abrigo e toxicodependente que foi brutalmente torturada e violada durante vários dias seguida por um grupo de 14 adolescentes no Porto, Portugal, em 2006. Centrado em temas como a memória, o estatuto social, a violência, a discriminação e a identidade de género, “O Teu Nome É” explora o relato preocupante de dois dos adolescentes condenados, agora jovens, e as memórias dos amigos transexuais de Gisberta, confrontando diferentes perspetivas e dimensões da condição humana.

“Tracing Utopia”, de Catarina de Sousa e Nick Tyson, 20’ (Portugal e Estados Unidos)
Uma viagem virtual pelos sonhos e desejos de um grupo de adolescentes queer de Nova Iorque, uma Geração Z que vê o mundo com olhos diferentes e esperança no futuro. Um filme que ilustra a importância e o poder de encontrar uma comunidade. Sessão M/16

TODOS OS DIAS 

“Falsos títulos” – Instalação de Rui Sebastian (Palácio Gama Lobo)
Provavelmente já antes de Gutenberg o boato dava voz à falsa informação. Com os avanços de Gutenberg, a tipografia democratizou a palavra escrita, que passou a ecoar ideias com muito maior alcance. Os livros, jornais ou revistas que esta arte colocou ao serviço dos povos estão carregados de mentiras, tal como a internet de hoje em dia. Mas não são os tipógrafos, os responsáveis, porque as letras essas não mentem, é o sentido das palavras que mente, é o uso que fazemos das palavras que induz em erro e serve interesses. Aqui se expõem sinónimos e antónimos, utilizados em diferentes contextos desde a imprensa a conversas informais, ora como rótulos depreciativos, ora adjetivos diplomáticos, ora considerações tendenciosas, ora títulos falsos.

“Revelação” – Exposição de fotografia Coolabora (Auditório Solar da Música Nova)
Todas as crianças e jovens têm sonhos. Mas às crianças e jovens ciganos não se lhes reconhece tão facilmente a capacidade de sonhar, de projetar um futuro. Esta exposição de fotografia pretende revelar esses sonhos escondidos pelo preconceito e pela falta de oportunidades. Uma iniciativa da CooLabora, cooperativa de intervenção social da Covilhã, que pretende catalisar diálogos e reflexões sobre os seus direitos, necessidades e recursos individuais e coletivos, sonhos, desejos, expressando assim os desafios e problemáticas que vivenciam nos seus quotidianos. São fotografias que revelam rostos, mas que dão, acima de tudo, voz a uma comunidade que pelo ciclo de exclusão onde se encontra encerrada, é conhecida apenas através da voz e do olhar de outros. E esses outros somos nós.

“Eco-nomico” – Instalação de João Diogo Veiga (Cineteatro Louletano)
A sustentabilidade é fulcral para a continuidade da vida tal como a conhecemos e, ao mesmo tempo, é uma realidade quase inalcançável. Isto porque existem três fatores para alcançar a existência sustentável: o social, o económico e o ambiental. Este projeto representa o balanço social entre a importância ambiental e a economia, desvendando um desequilíbrio que é (in)conscientemente reforçado pela desinformação.

Mais informação: 10 filmes para ver em Loulé

Programação: 22 de setembro, 23 de setembro e 24 de setembro

Consulta aqui o programa para os três dias em PDF.

Conceito: Associação Isonomia; Coprodução: Cineteatro Louletano e Produtores Associados; Apoios: Instituto Português do Desporto e Juventude, Comissão Nacional de Eleições, Secretaria de Estado da Cidadania e Igualdade; Parcerias de programação: Parlamento Europeu – Gabinete em Portugal, Entidade Reguladora para a Comunicação Social, CooLabora; Media partners: RTP, Antena 1 e Antena 3; Apoio à comunicação: This is Ground Control, FCB, BRO, O Menino Grava, Conselho Nacional de Juventude, Centro de Vida Independente, esqrever, dezanove, Federação Portuguesa das Associações de Surdos.