Programação Braga – 4 de maio
O Festival Política está de regresso ao Centro de Juventude de Braga, de 2 a 4 de maio, tendo a Intervenção como tema central. Todos os espetáculos e debates têm interpretação para língua gestual portuguesa e todos os filmes, incluindo os falados em português, estão legendados em português. Entrada gratuita. Programa completo do Festival Política aqui (PDF).
Todas as atividades de 4 de maio (sábado) decorrem no Centro de Juventude, exceto a visita guiada (ponto de encontro: Praça Torres e Almeida) e a performance “A intervenção sai à rua”, que terá lugar na rua do Castelo.
9h – oficina
Encontra a tua voz
Sala de Formação 4 (1.º andar)
Encontra a tua voz é uma oficina de fala performativa que tem como objetivo estimular os participantes a buscarem, por meio de jogos e dinâmicas, diferentes formas de se expressarem oralmente. Neste contexto, é através do corpo que surgem as mais formas de se dizer, individual e coletivamente, um texto em prosa ou poesia e, assim, descobrir as diversas possibilidades que a voz de cada um possui. Na Oficina, serão explorados textos que têm como tema o 25 de Abril, de autoras portuguesas de diversas gerações, a partir do potencial da palavra falada como ferramenta de construção cívica e de pensamento crítico. O resultado final da oficina será apresentado pelas 17h30 no Centro de Juventude. Facilitadora: Elaine Vianna. Organização: Plataforma do Pandemónio. Inscrições: participa.politica@gmail.com. Sem limite de idade para a participação. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação na inscrição.
9h – oficina
Vozes do mundo: um canto de protesto
Salas de Formação 1 e 2 (1.º andar)
A voz humana é nosso instrumento mais ancestral, o que imprime quem somos e como estamos no mundo. Em todas as culturas, as vozes sempre se fizeram ouvir no canto de protesto. Mesmo que muitas vezes forçadamente caladas por regimes ditatoriais, o eco dessas vozes permanece vibrante nas canções que combateram a exploração humana. Envolver-se com os cantares de culturas distintas é uma maneira de conhecer outras formas de se cantar, assim como um pouco mais de si e do outro, permitindo-se vibrar em novas sonoridades. O canto em grupo é a maneira de juntarmos nossas vozes e estarmos afinados num propósito coletivo de darmos voz ao que se quer calar. Esta oficina visa trabalhar com o repertório da canção de protesto de várias partes do mundo, com o objetivo de partilhar o resultado numa apresentação aberta ao público. O resultado final da oficina será apresentado pelas 17h30 no Centro de Juventude. Facilitadora: Karla Izidro. Organização: Plataforma do Pandemónio. Inscrições: participa.politica@gmail.com. Sem limite de idade para a participação. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação na inscrição.
10h30 – visita guiada
Os primeiros dias da democracia em Braga
Ponto de encontro: Praça Torres e Almeida (junto ao monumento evocativo de Salgado Zenha).
Visita evocativa, conduzida por Rui Ferreira, do advento do regime democrático na cidade de Braga, a partir dos seus principais acontecimentos e protagonistas, nomeadamente as manifestações espontâneas que sucederiam no dia seguinte à revolução, como o comício do Movimento Democrático na Praça Municipal ou as exteriorizações de júbilo na Avenida Central e Avenida da Liberdade. Lembraremos também o verão quente de 1975, que teve um dos epicentros na cidade de Braga, com a homenagem a D. Francisco Maria da Silva e o consequente incêndio da sede do PCP. Não faltará também a evocação do exílio dos retornados no edifício do Seminário e também de Salgado Zenha e José Ferreira Salgado, duas personalidades relevantes deste período que seriam consagradas no espaço público. Inscrições: participa.politica@gmail.com. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação na inscrição.
15h – performance
“When Spring is Over” – República Checa
Auditório
Os eventos históricos em torno da Primavera de Praga em 1968 são o ponto de partida para esta performance. Desde o início, refinámos e estreitámos este tema dramaturgicamente, e a pesquisa sociológica e preparação dos mentores tiveram um ponto de partida mais específico: o ato de resistência de Jan Palach, um estudante universitário que se suicidou por autoimolação em janeiro de 1969, em protesto contra a ocupação pelas tropas do Pacto de Varsóvia. O resultado é uma performance de cerca de vinte minutos que utiliza e cita opiniões autênticas resultantes de uma pesquisa sociológica e reflete igualmente as atitudes dos participantes – os atores. Captura metaforicamente os sentimentos de libertação e liberdade associados ao movimento em torno da Primavera de Praga. Assume a personalidade de Jan Palach e o significado do seu ato na época, durante a Revolução de Veludo antes do colapso da União Soviética (1989), e agora. Olha para o seu feito sob diferentes ângulos e faz uma pergunta que é um excelente ponto de partida para uma discussão intergeracional: Será que Jan Palach era realmente um herói? Qual é o seu legado? O que estaríamos dispostos a sacrificar pela liberdade e democracia? Autores e performers: Klára Pavlištíková, Klára Müllerová, David Zbořil, Kateřina Szopová, Sára Voleníková, Sára Stoklasová, Daniel Dudek, Johana Ferfecká, Tereza Schwanová, Zlata Palkovská, Karolína Balážová e Vendula Holčáková; mentores: Radana Otipková e Vít Roleček; supervisão artística: Daniela Jirmanová; produção: National Moravian-Silesian Theatre. Esta performance integra o RESISTANCE! – Youth Festival of Modern European History. Reserva aqui bilhetes.
16h – apresentação
“Faz-te Ouvir”
Sala de convívio (1.º andar)
“Faz-te Ouvir” é um projeto audiovisual, que propõe desmontar preconceitos e estereótipos associados à comunidade cigana em Portugal. O intuito é proporcionar voz àqueles que muitas vezes são silenciados, evidenciando a diversidade e singularidade de cada indivíduo, e desmistificando a veracidade de conceções preconcebidas. É desenvolvido em parceria com o Festival Política pela Rizoma, associação que tem como objetivo a integração e desenvolvimento social dos jovens da comunidade cigana em Portugal, podendo alargar-se às suas famílias e a outros grupos étnico-raciais.
16h30 – performance
“Revolution is a sexually transmitted infection” – França
Auditório
Cinco jovens mulheres discutem a educação e a herança que receberam das gerações anteriores em termos de sexualidade e passagem para a idade adulta, e decidem questioná-las para inventar a sua própria forma de resistência a este legado. Autores e performers: Pauline Auzuret, Ninon Cluzeau, Sandrella Esso, Judith Hassine, Lugh Müller e Elsa Trehen; mentores: Laurent Berger; produção: Paul Valéry University Montpellier 3. Esta performance integra o RESISTANCE! – Youth Festival of Modern European History. Reserva aqui bilhetes.
17h – oficina design thinking
O que significa comunidade?
Sala Formação 3 (1.º andar)
O que significa comunidade? Quem (não) está a ser incluído? Para além da nossa identidade coletiva, quais são os serviços que precisamos para prosperar? Esta oficina vai conectar-te com o designer que existe dentro de ti! Com exemplos práticos e locais, vamos usar o design para re-imaginar os serviços públicos e instituições que nos servem. Através da exploração de conceitos como privilégio, interseccionalidade e inclusão, descobrimos os ritmos e identidades partilhadas da nossa comunidade. Juntos, vamos co-criar um manifesto para refletir os nossos desejos e necessidades, inspirando futuras mobilizações. Formação conduzida por Rosa Soares, designer e professora de yoga, formada em Relações Internacionais e Design de Serviços. Inscrições: participa.politica@gmail.com. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação na inscrição. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores, promovido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
17h30 – performance
A intervenção sai à rua
Ação na rua cancelada devido ao mau tempo. Novo local: Centro de Juventude de Braga. Apresentação dos resultados das oficinas “Ouve a tua voz” e “Vozes do mundo: um canto de protesto”. O mote é o tema do Festival Política 2024: Intervenção. Um projeto da Plataforma do Pandemónio.
18h – cinema + conversa
“Onde está o Zeca?”, de Tiago Pereira – estreia nacional
Auditório
A música é emocional, toca nos sentidos e no coletivo, depois pode-se intelectualizar e racionalizar o seu impacto, o seu discurso. Qualquer canção intervém num espaço público, pois qualquer manifestação nesse espaço é sempre um ato político. Quem faz música e canções além de autor tem o seu contexto, o seu percurso, as suas origens e as suas ideias. O que se procura aqui é escutar esses autores e autoras e divulgar a sua voz fazendo uma análise coletiva. José Afonso marcou um tempo mas continua ainda presente. Há ainda esta ideia muito portuguesa de um rosto, de um indivíduo que marcou com a sua visão e forma de fazer completamente diferente, que pode voltar e salvar isto tudo, mas não seremos todos nós capazes de o fazer todos os dias? Onde está o Zeca? Onde estamos nós? “Onde está o Zeca?” é uma coprodução A música portuguesa a gostar dela própria e do Festival Política.
Filme legendado em português. Conversa com o realizador e convidados com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP). Reserva aqui bilhetes.
21h30 – humor
“O que importa é participar” – espetáculo de Hugo van der Ding
Auditório
O que importa, como sabemos, é participar. Ainda que, por vezes, não levemos a taça para casa. A História de Portugal está cheia de participações especiais. Como daquela vez que os padres se passaram com o rei e o puseram a andar (1245). Ou quando o povo de Lisboa mandou o bispo de Lisboa em voo pela janela da Sé (1383). Ou aquela vez em que as fiandeiras do Porto se revoltaram contra o rei, que era espanhol (1629). Ou quando, no Brasil, o Zumbi dos Palmares lançou a luta contra os portugueses (1695). Ou quando os trabalhadores das obras do Palácio de Mafra cruzaram os braços até que lhes pagassem o que deviam (1732). Ou quando os pescadores de Olhão se revoltaram contra as tropas dos franceses (1808). Ou quando um grupo de mulheres do Norte quis à força enterrar uma velha numa igreja (1846). Ou quando os tipógrafos de um jornal fazem a primeira greve fabril em Portugal (1849). Ou quando umas curandeiras burlonas chinesas quase derrubaram a República (1911). Ou quando andou tudo à batatada pela falta de batatas (1917). Ou quando, contra a ditadura do Estado Novo, se assaltou um barco (1961), um avião (1961) e um banco (1967). Terminando tudo, faz agora cinquenta anos, num dia inicial inteiro e limpo (1974). Reserva aqui bilhetes.
23h15 – cinema
Sessão Maiores de 18
Auditório. Reserva aqui bilhetes.
“Will you come with me?”, de Derya Durmaz, 2’ (Alemanha)
Uma pequena história passada em Berlim. A cidade que aparenta ser um território de liberdade, dá uma bofetada na cara no momento das relações mais íntimas.
“Fragments”, de Marie-Lou Béland, 9’ (Canadá)
Vozes de mulheres levantam-se para testemunhar momentos de violência sexual. São fragmentos de experiências que traçam um retrato social.
“Nadie se enamora en un cine porno”, de Varinia Perusin, 9’ (Argentina)
H. é um homem adulto que frequentou cinemas de filmes pornográficos de Mar del Plata durante a maior parte de sua vida. Após uma experiência reveladora, reavalia a forma como se relaciona com a sociedade.
“Maghreb’s hope”, de Bassem Ben Brahim, 24’ (Argélia, Brasil, Marrocos e Tunísia)
Retratos das experiências de pessoas queer do Magrebe, nomeadamente da Líbia, Argélia, Tunísia e Marrocos. São pessoas que, corajosamente, quebraram tabus sociais em torno do seu género e sexualidade, desafiando os sistemas legais, sociais e familiares.
Exposições no Centro de Juventude
História LGBT+ em Portugal
Um panorama histórico da comunidade LGBT+ em Portugal: os desafios que enfrentou ao longo dos anos e os marcos mais importantes na sua luta contínua pela conquista de direitos. Curadoria: Clube Rainbow
Afinal quantas pessoas se abstêm em Portugal?
Os números oficiais da abstenção apontam sistematicamente para a baixa participação dos portugueses nas eleições. Mas serão estes números um bom retrato da realidade? “Afinal, quantas pessoas se abstêm em Portugal?” baseia-se no estudo preparado por João Cancela, José Santana Pereira e João Bernardo Narciso para a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), em que se avalia a magnitude e as causas da abstenção técnica no país, formulando propostas concretas para lidar com este fenómeno.
Polarização afetiva: causas e implicações para o sistema democrático
O conceito de polarização afetiva começou a ser estudado nos Estados Unidos há mais de uma década. A exposição baseia-se em vários papers científicos que têm vindo a ser publicados sobre o fenómeno em vários países, Portugal inclusive, mostrando-se as causas e as implicações que a polarização afetiva tem para o funcionamento dos regimes democráticos. Uma perspetiva de Filipe Pacheco.
Bilhetes: Entrada gratuita. Para as atividades no auditório é necessário reservar lugar na plataforma Eventbrite ou na bilheteira do Centro de Juventude (253 148 682). Atividades para maiores de 12 anos, salvo indicação em contrário.
Conceito Festival Política: Associação Isonomia
Apoios: Câmara Municipal de Braga, InvestBraga, Centro de Juventude de Braga, Instituto Português do Desporto e Juventude, Comissão Nacional de Eleições, Parlamento Europeu – Gabinete em Portugal
Produção: Produtores Associados
Parcerias de programação: RESISTANCE! – Youth Festival of Modern European History, A música portuguesa a gostar dela própria, Plataforma do Pandemónio, Fundação Francisco Manuel dos Santos, Clube Rainbow, Rizoma, Beers&Politics.
Media partners: RTP e Antena 1
Apoio à comunicação e divulgação: Rádio Universitária do Minho, FCB Lisboa, Show Off, Comissão Comemorativa 50 Anos 25 Abril, esqrever, dezanove, ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal