Programação Lisboa – 22 de abril
O Festival Política regressa, de 21 a 23 de abril, ao Cinema São Jorge, tendo a Pós-democracia como tema central. Serão três dias de cinema, performances, música, humor, exposições, debates e atividades para crianças centradas na defesa do sistema democrático e na promoção da cidadania, intervenção cívica e direitos humanos. A entrada é gratuita. Todas as atividades têm interpretação para língua gestual portuguesa e todos os filmes estão legendados em português. Aqui encontras a programação detalhada para o dia 22 de abril (sábado).
15h30 – Cinema
Sessão “Mulheres Que Lutam”
Sala 3
Filmes legendados em português
“Venus Ascending: Gender Equality & Water”, Asher Elias Anantham, 5’ (Estados Unidos)
A escassez de água nos países em desenvolvimento tem um impacto desproporcionado nas mulheres e raparigas, uma vez que lhes é predominantemente atribuída a responsabilidade pela recolha e transporte de água.
“Cadê Heleny”, Esther Vital, 29’ (Brasil)
A trajetória de vida de Heleny Guariba, filósofa, professora e diretora de teatro desaparecida em 1971 sob a ditadura militar brasileira. As lembranças bordadas e animadas de seus entes queridos denunciam o que não podia ser dito com palavras a partir das arpilleras, arte têxtil popular que surgiu no Chile como resposta aos horrores da ditadura de Pinochet.
“Bonita”, Mariana França de Lima, 25’ (Brasil)
O documentário apresenta as experiências de três mulheres negras de diferentes gerações que são ou foram atravessadas pelo mesmo sentimento: a solidão e a solidão das mulheres negras.
“Por una vida mejor”, Laurie Stührenberg, 27’ (Alemanha)
Seis mulheres de países diferentes e uma história comum: forçadas a abandonar a sua terra em busca de uma vida melhor. Seis trabalhadoras domésticas em situação irregular contam o seu dia a dia, marcado pelo racismo, pela saudade da família e pela luta pela sobrevivência.
16h – Oficina de pensamento para crianças
“O que é a Liberdade?”
Sala Manoel d’Oliveira
Público-alvo: dos 7 aos 12 anos
Com interpretação para LGP mediante solicitação prévia
És livre de fazer aquilo que queres e de dizer tudo o que te apetece? As regras impedem-te de ser livre? A liberdade é fazer aquilo que mais gostas? Se pudesses voar serias mais livre? Há países em que as pessoas são mais livres do que outros? Como imaginas que seria o nosso país, Portugal, se não pudéssemos viver e pensar livremente? A liberdade é um dado adquirido ou algo pelo qual deves lutar? Nesta oficina és livre de expressar a tua opinião, de não concordar com os outros e de dizer o porquê das tuas ideias! Através do diálogo, do questionamento, da escuta e argumentação, iremos tentar, em conjunto, definir o conceito de liberdade. Oficina dinamizada por Rita Pedro, formadora e investigadora em Filosofia.
Participação sujeita a inscrição prévia através do e-mail: participa.politica@gmail.com.
16h30 – PROJETO “Ensaiar a Democracia”, de Cláudia Lourenço
Foyer
Apresentação de uma das propostas vencedoras do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas ou criadores, promovido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude.
17h – Conversa-debate
“Do sistema judicial ao prisional: Viés racial”
Curadoria: Kriativu
Sala 2
Com interpretação para LGP
Com o lançamento da primeira edição em Portugal da obra “As Prisões Estão Obsoletas?” e a recente visita da autora, ativista e abolicionista Angela Davis, cria-se um espaço para falar sobre o sistema prisional e questionar o seu papel na sociedade. Nesta conversa, propomos começar lá atrás – no poder judiciário que condena desproporcionalmente uns com viés racial e subsidia privilégios de outros. A partir da prática, da experiência e do olhar abolicionista propomo-nos a percorrer nesta conversa o poder prisional. Participam: Cristina Roldão (investigadora e ativista), José Semedo (advogado) e Mushu (dirigente associativo da Passa Sabi). Moderação: Airton César Monteiro (convicto agitador social).
17h30 – Cinema
Sessão “Contrastes”
Sala 3
Filmes legendados em português
“Bentuguês”, Daniel Borga, 16’ (Portugal)
Depois da escola, um grupo de crianças reúne-se na Casa de São Bento, onde está localizado um projeto comunitário. Aí têm a liberdade de sonhar, brincar e crescer. Dentro de uma máquina do tempo, pensam no seu futuro.
“The last night”, Amen Allah Sabtaoui, 15’ (Tunísia)
Slim, um jovem privilegiado, cheio de frustração, decide sair da sua zona de conforto e explorar o seu corpo num bordel no bairro de La Medina de Tunes. Conhece Haifa, uma trabalhadora do sexo e começa a aventura.
“Wall of shame”, Michalis Katsouris, 30’ (Grécia)
Documentário participativo/jornalístico. Tem como ponto de partida um ataque violento contra um grupo de refugiados da ilha de Lesbos, em 2018, para mostrar a “face oculta” da sociedade grega.
18h30 – Concerto
G Fema com convidados
Curadoria: Chelas é o Sítio
Sala 2
Com interpretação para LGP
G Fema, alter ego conquistado por Ana Maria Semedo, que em crioulo cabo-verdiano significa Mulher Guerreira, anunciando de partida a que veio. Doce e feroz MC da Zona M, Chelas, G Fema tem sido uma voz criativa no rap street made in Portugal, rimando em Crioulo Badiu. O seu rap é uma força de expressão emancipatória, que lhe tem conquistado uma posição de respeito. As suas letras e presença na voz, o facto de ser uma das poucas mulheres a inscrever-se na cena, a intuição e garra, dão-lhe um carisma e uma atitude a que poucos ficam indiferentes, sendo uma referência feminina no rap crioulo em Portugal, abordando, entre outros, os temas do empoderamento feminino: o que é ser uma mulher, mãe, negra, portuguesa, diretamente da zona M, Chelas City, para o mundo. O rap e o rap crioulo são um percurso e caminho de resistência e existência. Ainda mais no feminino. E G Fema tem trilhado esse caminho aguerridamente.
21h30 – Humor
“Monstros do Ano. Edição quase quase política“
__ Fernando Alvim
Sala Manoel de Oliveira
Com interpretação para LGP
Os míticos prémios Monstros do Ano ocupam o Festival Política para uma noite de homenagem aos portugueses que têm uma palavra a dizer sobre o país e o mundo. Os protagonistas, as frases e situações mais marcantes numa sessão da inteira responsabilidade do apresentador e animador de rádio Fernando Alvim.
23h – Cinema
Sessão “Especial Brasil”
Sala 3
Filmes legendados em português
“Seremos ouvidas”, Larissa Nepomuceno, 13’ (Brasil)
Como existir numa estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidades diferentes, partilham as suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo
“Paulo Galo: Mil faces de um homem leal”, Iuri Salles e Felipe Larozza, 19’ (Brasil)
Paulo ‘Galo’ Lima ganhou destaque com o movimento dos entregadores antifascistas e, em 2021, foi preso após a ação que ateou fogo na estátua do Borba Gato, em São Paulo. Para ele, ‘faltou tempo’ dentro da cadeia. Conheça a verdadeira história de Galo.
“A viagem sem fim”, Priscyla Bettim e Renato Coelho, 10’ (Brasil)
Oceano Atlântico, Ano 1500. Durante a viagem das naus comandadas por Pedro Álvares Cabral estranhos acontecimentos fazem com que a tripulação se perca no espaço e no tempo sem nunca chegar ao Brasil. “A Viagem Sem Fim” é uma remontagem do clássico “O Descobrimento do Brasil” (1937), de Humberto Mauro.
TODOS OS DIAS
Exposições de fotografia
“Institucionalizado”, de Isabela Marques e Airton Cesar Monteiro
Curadoria: Kriativu
As instituições totais são lugares onde um número considerável de indivíduos na mesma condição leva uma vida conjunta, isolado da sociedade. No caso das prisões, esse isolamento tem a função de proteger a comunidade exterior desses indivíduos. A esse processo de aplicação opressiva de controlo social e às suas consequências chama-se institucionalização. O Paulinho e o Mequinhas, protagonistas desta exposição, foram institucionalizados durante 25 e 37 anos, respetivamente. De forma descontinuada, passaram décadas das suas vidas em diversas instituições prisionais desde a menoridade. Esse processo ter-se repetido múltiplas vezes diz-nos sobre a sua ineficiência. Ou melhor, sobre a sua limitação – assegura apenas a captura de corpos e temporariamente. A institucionalização esvazia, enumera e redistribui os indivíduos para a sociedade sem mudar as condições que os levaram à cárcere em primeiro lugar ou que os mantém como potenciais reincidentes. Quanto aos modelos desta exposição, é a precariedade aliada à sua condição de saúde: toxicodependência. Apesar da brutalização da passagem pela instituição total que é a prisão, lutam para se humanizarem.
“Revelação”
Curadoria: Coolabora
Todas as crianças e jovens têm sonhos. Mas às crianças e jovens ciganos não se lhes reconhece tão facilmente a capacidade de sonhar, de projetar um futuro. Esta exposição de fotografia pretende revelar esses sonhos escondidos pelo preconceito e pela falta de oportunidades. Uma iniciativa da CooLabora, cooperativa de intervenção social da Covilhã, que pretende catalisar diálogos e reflexões sobre os seus direitos, necessidades e recursos individuais e coletivos, sonhos, desejos, expressando assim os desafios e problemáticas que vivenciam nos seus quotidianos. São fotografias que revelam rostos, mas que dão, acima de tudo, voz a uma comunidade que pelo ciclo de exclusão onde se encontra encerrada, é conhecida apenas através da voz e do olhar de outros. E esses outros somos nós.
Programação Festival Política: 21 de abril, 22 de abril e 23 de abril
Acessibilidades
Todas as atividades têm interpretação para língua gestual portuguesa e todos os filmes estão legendados em português.
As exposições de fotografia contam com descrição áudio realizada pelos autores/curadores, disponível no Cinema São Jorge e nos links abaixo:
“Institucionalizado” – Exposição de fotografia de Isabela Marques e Airton Cesar Monteiro (curadoria KRIATIVU) – Link para ouvir a primeira parte aqui e link para ouvir a segunda parte aqui
“Revelação” – Exposição de fotografia com curadoria Coolabora – Link para ouvir a descrição aúdio aqui
O Festival Política sensibiliza todos os artistas e participantes a introduzirem as suas apresentações com uma descrição física, do espaço e das suas ações.
Mediante marcação através do email acessibilidades.politica@gmail.com poderá ser organizada uma visita de reconhecimento prévio e aproximação tátil aos espaços de apresentação assim como um encontro com os artistas e participantes.
Para garantirmos um melhor acolhimento no Cinema São Jorge, pedimos a todas as pessoas com necessidades específicas que se inscrevam previamente aqui.
Mais informação aqui.
Bilhetes
Entrada gratuita.
Necessário levantar bilhete no próprio dia.
Horário da bilheteira: sexta-feira, sábado e domingo das 13h até ao início da última sessão.
Atividades para maiores de 12 anos, salvo indicação em contrário.