Sete filmes para ver no Cineteatro Louletano

Fica a conhecer a programação de cinema do Festival Política, em Loulé. Os sete filmes serão exibidos no Cineteatro Louletano. A entrada é gratuita. Todos os filmes estão legendados em português, incluindo os de língua portuguesa.

23 de outubro – 18h30
“Intercepted”, de Oksana Karpovych, 95’ (Canadá, França e Ucrânia)

Os serviços de inteligência ucranianos interceptaram milhares de telefonemas feitos por soldados russos do campo de batalha, na Ucrânia, para familiares e amigos na Rússia. Justapostas com imagens da destruição causada pela invasão e da rotina dos ucranianos que resistem e reconstroem o país, as vozes dos militares revelam as dimensões do poder desumanizante da guerra e da natureza imperialista do ataque russo. Documentário nomeado para os Cinema for Peace Awards, Berlinale Documentary Award e LUX Prémio do Público de 2025. Filme exibido em parceria com o Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa.

24 de outubro – 22h30
“Por ti, Portugal, eu juro!”, de Diogo Cardoso e Sofia da Palma Rodrigues, 90’ (Portugal e Guiné Bissau)

Durante a Guerra Colonial, milhares de africanos combateram ao lado de Portugal e arriscaram a vida por uma pátria que acreditavam ser a sua. A mesma pátria que, depois da Revolução de Abril, os abandonou à sua sorte. 50 anos depois, os Comandos Africanos da Guiné continuam a reivindicar as pensões de sangue e invalidez que lhes foram prometidas. Este grupo foi a única tropa de elite do Exército português integralmente constituída por pessoas negras, pessoas que tomaram a dianteira das operações mais difíceis e protegeram os militares oriundos da metrópole. Reivindicam, até hoje, um lugar na História. Contam relatos de guerra, perseguição e morte. Dizem-se abandonados e traídos por um Estado que os usou, explorou e, por fim, descartou. Prémio do Público Melhor Filme Português e Prémio do Público Direitos e Liberdades no DocLisboa 2025. Após a sessão, segue-se conversa com os realizadores. Filme legendado em português.

25 de outubro – 16h30
“Filhos do Meio – Hip Hop à Margem”, de Luís Almeida, 60’ (Portugal)

Este filme conta a história do rap em Almada e no Miratejo, um dos primeiros grandes focos deste género musical em Portugal. Guiados pelos protagonistas que construíram e vivem intensamente o movimento, viajamos pelas suas memórias, histórias e inspirações para conhecer os grandes marcos desta cultura na Margem Sul do Tejo — erguida num território
de classes trabalhadoras reivindicativas e politizadas, com uma grande diversidade cultural no pós-25 de Abril. Após a sessão segue-se um debate, moderado por Ricardo Farinha.

25 de outubro – 22h45 – Sessão Maiores de 18

“Cruising”, de Nadir Sonmez, 7’ (Turquia)
A cultura do sexo gay ao ar livre continua a ser preservada num parque anónimo em Istambul. À noite, a câmara segue a coreografia do “cruising”, um narrador faz um relato formal e os corpos estão em ausência. É uma etnografia da luxúria masculina no escuro. Curta-metragem selecionada para o Rotterdam Film Festival e para a New MoMA Doc Fortnight 2025. O realizador Nadir Sonmez estará presente na sessão.

“A culpa é da água”, de Ana Leonor Guia, Marta Quintanito Roberto, Ruben Pinto, Tiago Magalhães, 5’ (Portugal)
Gisberta, mulher trans imigrante, recebe a notícia de que é seropositiva. Perde as suas fontes de rendimento e torna-se sem abrigo e toxicodependente. No edifício onde escolhe ter o seu abrigo é abordada por jovens extremamente violentos.

“Rainbow Nation”, de Marieke Dermul, 25’ (África do Sul e Bélgica)
África do Sul, o paraíso queer– ou pelo menos é o que se diz. Conhecemos as imagens do Orgulho de Joanesburgo. A África do Sul é o único país em todo o continente africano onde as pessoas LGBTQIA+ têm direitos iguais e podem casar. No entanto, o contraste entre a Constituição e a realidade quotidiana é gritante. As pessoas queer lutam pelas suas vidas todos os dias. Correm o risco de agressão física, violação ou assassinato. Todos os anos, mais de 500 mulheres lésbicas são violadas devido à sua orientação sexual. No Soweto, no mesmo local onde ocorrem os crimes de ódio, estas pessoas pretendem recuperar as ruas e mostrar que ousam ser elas próprias.

“Les filles c’est fait pour faire l’amour”, de Jeanne Paturle, Cécile Rousset e Jeanne Drouet, 16’ (França)
Filme de animação que segue a investigação de uma socióloga sobre a sexualidade em casais. As entrevistas a mulheres heterossexuais entre os 25 e os 45 anos abordam experiências, desejo e amor, bem como as normas nas relações homem/mulher e os caminhos para a emancipação.