Programação Lisboa – 25 de abril

O Festival Política regressa ao Cinema São Jorge entre os dias 24 e 26 de abril. A programação do Festival Política combina cinema, performances, música, humor, exposições e conversas. Entrada gratuita. Todos os espetáculos e debates têm interpretação para LGP e todos os filmes, incluindo os falados em português, estão legendados em português. No ano em que se assinalam os 50 anos do Processo Revolucionário em Curso (PREC), estarão em destaque na programação as atuais “Revoluções em Curso”. Fica a conhecer a programação para o dia 25 de abril.

17h15 – apresentação
“O que sopra aqui, hoje”, de Zenha Preto

Foyer
Zenha Preto apresenta a sua exposição de fotografia. Um olhar sobre os 50 anos do 25 de Abril na Avenida da Liberdade.

17h30 – cinema
Sessão Desalojados

Sala 3
“78-TD-07”, de Io Franco, Inês Teixeira e Daniel Oliveira, 11’ (Portugal)
Susana é professora do Ensino Secundário e é colocada numa escola longe do lugar onde vive. A sua vida é aparentemente normal, mas através da relação com outro professor da mesma escola, vamos descobrindo que a casa de Susana é uma carrinha num parque de caravanas.

“Agente imobiliário sem casa para viver”, de Filipe Amorim, 15’ (Portugal)
Segundo o Idealista, o preço médio das casas em Portugal disparou 106% nos últimos dez anos. A crescente valorização do metro quadrado levou a uma crise habitacional sem precedentes. Atraídos pela vida de luxo dos brookers mais bem-sucedidos, muitos jovens envergam pelo mercado imobiliário, na esperança de uma estabilidade financeira que Portugal não é capaz de oferecer.

“Bad for a moment”, de Daniel Soares, 15’ (Portugal)
O dono de um atelier de arquitetura participa com a sua equipa num team-building. O evento corre mal e o arquiteto é confrontado com a realidade do bairro social que estão a gentrificar. Menção Especial para Curta-Metragem no Festival de Cannes.

“Maio”, de Claudio Carbone, 12’ (Portugal)
Cátia, uma das últimas moradoras do bairro autoconstruído 6 de Maio, na Amadora, luta para manter a sua casa enquanto a comunidade enfrenta despejos e demolições. Através da sua perspetiva, o documentário revela histórias de resistência, laços de vizinhança e conflitos com instituições num contexto de incerteza e mudança.

18h00 – oficina
Improvisação Vocal: Revolução pela Voz

Sala 2
Este workshop convida os participantes a explorar a improvisação vocal como uma forma de expressão livre e coletiva, alinhando-se com as “Revoluções em Curso” no campo da cultura e da participação cívica. Através da voz, rompemos com estruturas fixas, promovendo a escuta ativa, a criatividade espontânea e a confiança na expressão individual. A sessão inicia-se com um aquecimento vocal e corporal para preparar a voz para a liberdade criativa. A partir daí, mergulhamos em exercícios de improvisação guiada, utilizando sons e estímulos diversos, permitindo a cada participante descobrir novas texturas, ritmos e emoções. Atividade conduzida por Marta Marquês. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores desenvolvido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Inscrições: participa.politica@gmail.com.
Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante inscrição prévia através do e-mail participa.politica@gmail.com.

17h45 – apresentação
“50 Anos das primeiras eleições livres em Portugal”

foyer
No dia em que se assinalam os 50 anos das eleições para a Assembleia Constituinte, apresentamos a exposição que celebra as eleições mais participadas de sempre, revisitando o contexto político, o processo eleitoral e os resultados.

18h – apresentação
“Portugal em 1975 – Entre a revolução e a mudança”

foyer
O fotojornalista Marques Valentim apresenta a exposição de fotografia, patente no foyer do São Jorge, dedicada ao ano de 1975. As fotografias transportam-nos para o coração desse ano intenso, capturando momentos de euforia e incerteza. Entre fotografias icónicas, registos menos conhecidos e imagens inéditas, é um convite à reflexão sobre um dos períodos mais transformadores da história contemporânea do país.

18h30 – cinema
“Onde está o Zeca?”, de Tiago Pereira, 64′ (Portugal)

Sala Manoel de Oliveira
A música é emocional, toca nos sentidos e no coletivo, depois pode-se intelectualizar e racionalizar o seu impacto, o seu discurso. Qualquer canção intervém num espaço público, pois qualquer manifestação nesse espaço é sempre um ato político. Quem faz música e canções além de autor tem o seu contexto, o seu percurso, as suas origens e as suas ideias. O que se procura aqui é escutar esses autores e autoras e divulgar a sua voz fazendo uma análise coletiva. José Afonso marcou um tempo, mas continua ainda presente. Há ainda esta ideia muito portuguesa de um rosto, de um indivíduo que marcou com a sua visão e forma de fazer completamente diferente, que pode voltar e salvar isto tudo, mas não seremos todos nós capazes de o fazer todos os dias? Onde está o Zeca? Onde estamos nós? “Onde está o Zeca?” é uma coprodução A música portuguesa a gostar dela própria e do Festival Política.
Filme legendado em português

21h30 – cinema + conversa
“Por ti, Portugal, eu juro!”, de Diogo Cardoso e Sofia da Palma Rodrigues, 90’ (Portugal e Guiné-Bissau)

Sala 3
Durante a Guerra Colonial, milhares de africanos combateram ao lado de Portugal e arriscaram a vida por uma pátria que acreditavam ser a sua. A mesma pátria que, depois da Revolução de Abril, os abandonou à sua sorte. 50 anos depois, os Comandos Africanos da Guiné continuam a reivindicar as pensões de sangue e invalidez que lhes foram prometidas. Este grupo foi a única tropa de elite do Exército português integralmente constituída por pessoas negras, pessoas que tomaram a dianteira das operações mais difíceis e protegeram os militares oriundos da metrópole. Reivindicam, até hoje, um lugar na História. Contam relatos de guerra, perseguição e morte. Dizem-se abandonados e traídos por um Estado que os usou, explorou e, por fim, descartou. Prémio do Público Melhor Filme Português e Prémio do Público Direitos e Liberdades no DocLisboa 2025. Após a sessão, segue-se conversa com os realizadores.
Filme legendado em português. Conversa com os realizadores com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP)

QUATRO EXPOSIÇÕES NO SÃO JORGE
“Portugal em 1975 – Entre a revolução e a mudança”, de Marques Valentim

1975 foi um ano decisivo na História de Portugal. A Revolução dos Cravos, ocorrida no ano anterior, abriu caminho para uma sociedade em ebulição, onde os sonhos de liberdade, os conflitos ideológicos e a construção da democracia marcaram o quotidiano dos portugueses. As fotografias de Marques Valentim transportam-nos para o coração desse ano intenso, capturando momentos de euforia e incerteza. Entre fotografias icónicas, registos menos conhecidos e imagens inéditas, é um convite à reflexão sobre um dos períodos mais transformadores da história contemporânea do país.

“50 Anos das Primeiras Eleições Livres em Portugal”

As eleições mais participadas de sempre em Portugal foram para a Assembleia Constituinte, realizadas a 25 de abril de 1975, com uma taxa de participação de 91,66 por cento. Esta exposição assinala meio século das primeiras eleições livres em Portugal, revisitando o contexto político, o processo eleitoral e os resultados.

“Barómetro da Imigração: a perspetiva dos portugueses”

O que pensam os portugueses sobre a imigração e os imigrantes? Querem mais ou menos imigrantes? São os imigrantes todos iguais para os portugueses? A imigração é vista como ameaça ou oportunidade? Nesta exposição, procura-se responder a estas e outras perguntas com base nos dados do último Barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos dedicado às perceções dos portugueses sobre imigração. Este estudo é da autoria de Rui Costa Lopes (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), João António (Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa) e Pedro Góis (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Observatório das Migrações).

“O que sopra aqui, hoje”, de Zenha Preto

Há uma vontade no ar. A 25 de abril de 2024 um vento de gente varre a cidade. A Avenida da Liberdade enche-se de faixas, bandeiras e balões. Os cravos estão no ar – as mãos cerradas também. Todas as gerações estão presentes. Movidas por um sopro que as leva, mais do que a celebrar a democracia, a afirmar que esta não está ainda esquecida. Os ventos já foram mais favoráveis, mas 50 anos depois da revolução de abril as pessoas estão na rua. Será a inquietação que as move?

Bilhetes: Entrada gratuita. Necessário levantar bilhete na bilheteira do Cinema São Jorge no próprio dia. Horários de bilheteira: dia 24 de abril: 15h-23h15; dia 25 de abril: 15h-22h; dia 26 de abril: 15h-23h30.