Programação Coimbra – 14 de novembro

O Festival Política regressa ao Convento São Francisco, em Coimbra, com uma programação que combina cinema, música, performances, oficinas, exposições, humor e conversas. No ano em que se assinalam os 50 anos do Processo Revolucionário em Curso (PREC), estarão em destaque na programação as atuais “Revoluções em Curso”. A entrada é gratuita. Programa completo de Coimbra aqui (PDF). Atividades e espetáculos com interpretação para Língua Gestual Portuguesa. Fica a conhecer a programação do dia 14 de novembro.

18h – poesia
“As Palavras Gritam”, de Diana Almeida

[Blackbox]
Performance de ‘slam poetry’ composta por uma sequência de poemas autorais que abordam temas sociais como o feminismo, desigualdade, liberdade e guerra. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores, promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude e pelo Festival Política. O objetivo é levar este projeto de poesia a várias bibliotecas da região.

Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa.

19h – cinema
Sessão Mulheres que lutam

[Palco Grande Auditório]
“Presence”, de Nasim Dehghannayeri, 1’ (Irão)
Infelizmente, a presença das mulheres só se dá através da procriação e do sexo.
“Message”, de Saeed Moltaji, 9’ (Irão)
Uma repórter determinada, numa Gaza devastada pela guerra, enfrenta as más condições de internet, pelo que decide levar todos os cartões de memória ao seu colega no edifício da agência de notícias.
“Cautivas”, de Itxaso Díaz, 20’ (Espanha)
Atualmente, 24 países proíbem a interrupção da gravidez em qualquer circunstância. El Salvador tem uma das leis mais restritivas do mundo. Lá, as mulheres acusadas de aborto podem ser condenadas a penas de prisão de até 40 anos por homicídio qualificado. É o caso de Cristina Quintanilla.
“Els buits”, de Sofia Esteve, Isa Luengo e Marina Freixa Roca, 20’ (Espanha)
A história oral pode restaurar uma parte esquecida do nosso passado? Poderá quebrar o silêncio perpetuado entre gerações? Aos 17 anos, Mariona foi presa e colocada num centro de correção gerido pelo Patronato de Protección a la Mujer, uma instituição dedicada a “regenerar mulheres malditas” durante o regime de Franco e os primeiros anos de democracia. Em 2023, ela e a filha tentam juntar as peças e lacunas dessa história. Documentário nomeado para os Goya 2025. Filmes legendados em português.

Filmes legendados em português

21h30 – Música
Luca Argel apresenta “PREC: Pequenas Revoluções no Coração”

[Antiga Igreja]
“Como pode a música transformar o mundo?” — é uma das perguntas que mais recebo por aí. Sendo um compositor que pensa e escreve canções de intervenção, a resposta que ofereço é contra-intuitiva: a música não pode transformar o mundo. A música transforma, isso sim, o indivíduo. É essa a escala do seu poder. E dentro dessa escala, ela pode mesmo ser revolucionária. Nesta apresentação, a que chamei carinhosamente “PREC – Pequenas Revoluções no Coração”, alinhavei um conjunto de canções e pensamentos que carrego comigo como a recordação constante de que o agente transformador desse mundo sou eu, tu, nós. A revolução começa sempre cá dentro.”

Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa.

23h – Cinema
Sessão Desalojados

[Palco Grande Auditório]

“78-TD-07”, de Io Franco, Inês Teixeira e Daniel Oliveira, 11’ (Portugal)

Susana é professora do Ensino Secundário e é colocada numa escola longe do lugar onde vive. A sua vida é aparentemente normal, mas através da relação com outro professor da mesma escola, vamos descobrindo que a casa de Susana é uma carrinha num parque de caravanas.

“Agente imobiliário sem casa para viver”, de Filipe Amorim, 15’ (Portugal)

Segundo o Idealista, o preço médio das casas em Portugal disparou 106% nos últimos dez anos. A crescente valorização do metro quadrado levou a uma crise habitacional sem precedentes. Atraídos pela vida de luxo dos brookers mais bem-sucedidos, muitos jovens envergam pelo mercado imobiliário, na esperança de uma estabilidade financeira que Portugal não é capaz de oferecer.

“Bad for a moment”, de Daniel Soares, 15’ (Portugal)

O dono de um atelier de arquitetura participa com a sua equipa num team-building. O evento corre mal e o arquiteto é confrontado com a realidade do bairro social que estão a gentrificar. Menção Especial para Curta-Metragem no Festival de Cannes.

“Maio”, de Claudio Carbone, 12’ (Portugal)

Cátia, uma das últimas moradoras do bairro autoconstruído 6 de Maio, na Amadora, luta para manter a sua casa enquanto a comunidade enfrenta despejos e demolições. Através da sua perspetiva, o documentário revela histórias de resistência, laços de vizinhança e conflitos com instituições num contexto de incerteza e mudança.

Filmes legendados em português

Entrada gratuita. A partir do dia 7 de novembro podes levantar o teu bilhete gratuito na Bilheteira do Convento São Francisco, diariamente entre as 15h e as 20h. Será permitido o levantamento de 2 bilhetes, por pessoa, mediante a lotação. Não são permitidas reservas.

QUATRO EXPOSIÇÕES NO CONVENTO SÃO FRANCISCO

“Defending Democracy”

A exposição “Defending Democracy” destaca o compromisso da Dinamarca para com um mundo seguro, estável e democrático – enquanto nação soberana e membro ativo da União Europeia. Baseando-se em imagens e histórias pessoais da Ucrânia, a exposição lança luz sobre os desafios que a democracia enfrenta hoje e os esforços internacionais para a proteger, incluindo o apoio civil e militar da Dinamarca a regiões afetadas por conflitos, em particular pela guerra de agressão da Rússia à Ucrânia. A exposição foi desenvolvida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros Dinamarquês, no âmbito da Presidência Dinamarquesa do Conselho da União Europeia, e é apresentada em Portugal pela Embaixada da Dinamarca, em parceria com a Embaixada da Ucrânia. 

“Portugal em 1975 – Entre a revolução e a mudança”, de Marques Valentim

1975 foi um ano decisivo na História de Portugal. A Revolução dos Cravos, ocorrida no ano anterior, abriu caminho para uma sociedade em ebulição, onde os sonhos de liberdade, os conflitos ideológicos e a construção da democracia marcaram o quotidiano dos portugueses. As fotografias de Marques Valentim transportam-nos para o coração desse ano intenso, capturando momentos de euforia e incerteza. Entre fotografias icónicas, registos menos conhecidos e imagens inéditas, é um convite à reflexão sobre um dos períodos mais transformadores da história contemporânea do país.

“50 Anos das Primeiras Eleições Livres em Portugal”

As eleições mais participadas de sempre em Portugal foram para a Assembleia Constituinte, realizadas a 25 de abril de 1975, com uma taxa de participação de 91,66 por cento. Esta exposição assinala meio século das primeiras eleições livres em Portugal, revisitando o contexto político, o processo eleitoral e os resultados.

“Barómetro da Imigração: a perspetiva dos portugueses”

O que pensam os portugueses sobre a imigração e os imigrantes? Querem mais ou menos imigrantes? São os imigrantes todos iguais para os portugueses? A imigração é vista como ameaça ou oportunidade? Nesta exposição, procura-se responder a estas e outras perguntas com base nos dados do último Barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos dedicado às perceções dos portugueses sobre imigração. Este estudo é da autoria de Rui Costa Lopes (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), João António (Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa) e Pedro Góis (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Observatório das Migrações).