Quatro filmes do Festival Política para ver em Grândola em abril

Pelo segundo ano consecutivo, o Festival Política associa-se ao ciclo de cinema Abril Documental, que irá decorrer no Cineteatro Grandolense ao longo do mês de abril. Nesta iniciativa da Câmara Municipal de Grândola será possível ver os filmes vencedores do Festival Política 2024, assim como o documentário “Por ti, Portugal, eu juro!”, que integra a programação de 2025.
Recorde-se que “A cor da liberdade” venceu o Prémio do Público. “Místida” recebeu o Prémio Futuro, atribuído produções de realizadores até 30 anos. Já “Monte Clérigo”, de Luís Campos, venceu o Prémio do Júri – Filme do Ano.
A entrada é gratuita. Após a exibição do filme, segue-se uma conversa com os realizadores e convidados.

1 de abril, terça-feira, 21h
“A cor da liberdade”, de Julio Pereira

Este documentário parte da história de José Pedro Soares, ex-preso político que foi detido e torturado pela PIDE entre 1971 e 1974, e contextualiza Portugal e a sua realidade social à época, através das memórias de ex-presos políticos, historiadores, jornalistas e artistas. “A cor da liberdade”, que obteve mais votos entre o público que assistiu às sessões de cinema do Festival Política, é uma mensagem de luta e diferentes formas de resistência que é urgente conhecer e preservar. Este documentário tem sido exibido em várias salas do país.


9 de abril, quarta-feira, 21h
“Por ti, Portugal, eu juro!”, de Diogo Cardoso e Sofia da Palma Rodrigues

Durante a Guerra Colonial, milhares de africanos combateram ao lado de Portugal e arriscaram a vida por uma pátria que acreditavam ser a sua. A mesma pátria que, depois da Revolução de Abril, os abandonou à sua sorte. 50 anos depois, os Comandos Africanos da Guiné continuam a reivindicar as pensões de sangue e invalidez que lhes foram prometidas. Este grupo foi a única tropa de elite do Exército português integralmente constituída por pessoas negras, pessoas que tomaram a dianteira das operações mais difíceis e protegeram os militares oriundos da metrópole. Reivindicam, até hoje, um lugar na História. Contam relatos de guerra, perseguição e morte. Dizem-se abandonados e traídos por um Estado que os usou, explorou e, por fim, descartou. Eleito melhor documentário português no DocLisboa 2025. Este documentário tem sido exibido em várias salas do país e teve estreia comercial em salas de cinema.

16 de abril, quarta-feira, 21h
“Monte Clérigo”, de Luís Campos, e “Místida”, de Falcão Nhaga

Em “Místida”, de Falcão Nhaga, uma mãe imigrante liga ao filho para que a ajude a carregar os sacos de compras até casa. Durante o percurso, os dois conversam sobre o futuro e as questões que os assolam. “Místida” conta com interpretações de Bia Gomes e Welket Bungué. Prémios e destaques: IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema (Grande Prémio de Curta Metragem); La Cinef – Festival de Cannes Official Selection.
Já “Monte Clérigo” acompanha um adolescente que desperdiça o seu verão com trabalho forçado numa torre de vigia florestal, indiferente aos trabalhadores imigrantes das estufas que o rodeiam. À procura de um relógio perdido, este adolescente acaba por se encontrar no lado dos invisíveis. Uma reflexão sobre as condições de trabalho e uma realidade cada vez mais quotidiana. Pedro Laginha, Filipe Amorim, Gonçalo Almeida, Kelly Bailey, Aayush Kandel, Paula Lobo Antunes, Pedro Pernas integram o elenco. Outros prémios conquistados: Melhor Curta de ficção nos Prémios Curtas 2024 (Portugal); Melhor Curta-Metragem no FESTin Lisboa 2023 (Portugal); Grande Prémio Nacional no FEST – New Directors New Films Festival 2023 (Portugal).