Programação Lisboa – 26 de abril
O Festival Política regressa ao Cinema São Jorge entre os dias 24 e 26 de abril. A programação do Festival Política combina cinema, performances, música, humor, exposições e conversas. Entrada gratuita. Todos os espetáculos e debates têm interpretação para LGP e todos os filmes, incluindo os falados em português, estão legendados em português. No ano em que se assinalam os 50 anos do Processo Revolucionário em Curso (PREC), estarão em destaque na programação as atuais “Revoluções em Curso”. Fica a conhecer a programação do dia 26 de abril.
10h30 – visita guiada
Visita guiada à Casa do Parlamento – Centro Interpretativo
Uma experiência interativa e multimédia nos temas da Cidadania, Parlamento e Democracia, que inclui uma Jukebox com músicas de intervenção, jogos e vídeos para melhor conhecer o sistema democrático e as formas de participação cidadã. A visita coincide com os 50 anos das eleições para a Assembleia Constituinte. Necessária inscrição prévia através do e-mail participa.politica@gmail.com. Atividade em parceria com a Casa do Parlamento – Centro Interpretativo.
Com tradução para Língua Gestual Portuguesa mediante solicitação prévia.
16h – cinema
Sessão Mulheres que lutam
Sala 3
“Presence”, de Nasim Dehghannayeri, 1’ (Irão)
Infelizmente, a presença das mulheres só se dá através da procriação e do sexo.
“Message”, de Saeed Moltaji, 9’ (Irão)
Uma repórter determinada, numa Gaza devastada pela guerra, enfrenta as más condições de internet, pelo que decide levar todos os cartões de memória ao seu colega no edifício da agência de notícias.
“Cautivas”, de Itxaso Díaz, 20’ (Espanha)
Atualmente, 24 países proíbem a interrupção da gravidez em qualquer circunstância. El Salvador tem uma das leis mais restritivas do mundo. Lá, as mulheres acusadas de aborto podem ser condenadas a penas de prisão de até 40 anos por homicídio qualificado. É o caso de Cristina Quintanilla.
“Els buits”, de Sofia Esteve, Isa Luengo e Marina Freixa Roca, 20’ (Espanha)
A história oral pode restaurar uma parte esquecida do nosso passado? Poderá quebrar o silêncio perpetuado entre gerações? Aos 17 anos, Mariona foi presa e colocada num centro de correção gerido pelo Patronato de Protección a la Mujer, uma instituição dedicada a “regenerar mulheres malditas” durante o regime de Franco e os primeiros anos de democracia. Em 2023, ela e a filha tentam juntar as peças e lacunas dessa história. Documentário nomeado para os Goya 2025.
Filmes legendados em português.
16h30 – debate
Novos tempos, novas resistências?
Sala 2
Aquilo que se vinha anunciando nos últimos como uma piada tornou-se a realidade política. Nesta edição do Festival Política, promovemos uma conversa com participantes de diversos movimentos sociais para discutir o processo de desumanização em curso e como se luta contra o recuo do estado social e de direitos fundamentais, procurando linhas estratégicas para uma sociedade mais justa e equitativa. Com Paula Cardoso, Flávio Almada e Joana Guerra Tadeu. Moderação de António Brito Guterres.
Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP)
18h – poesia
Poesia Periférica – Edvania Moreno, Vânia Andrade Puma e Demba Djabaté
Foyer
Edvania Moreno, Vânia Andrade Puma e Demba Djabaté entrelaçam sons e palavras numa fusão sem fronteiras, onde tempo e espaço se dissolvem. Guiam o imaginário à essência do Ser que habitam — o Ser que pensam, observam e traduzem em música e poesia. Através do instrumento e da palavra, criam sinergias que dão forma ao invisível, permitindo que a metamorfose aconteça. Edvania Moreno é artista, violinista, professora e compositora cabo-verdiana residente em Portugal. Vânia Andrade Puma é uma poetisa portuguesa descendente de mãe e pai cabo-verdianos. Demba Djabaté é músico, artesão e multi-instrumentista, oriundo de uma longa linhagem de griots mandingas da Guiné Bissau.
Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP)
18h30 – oficina
Workshop sobre Associativismo Jovem – da teoria à prática
Sala 2
Esta oficina dedicada ao associativismo jovem surge na sequência de vários anos de contacto e trabalho com várias realidades do associativismo jovem. Tem como objetivos formar e capacitar dirigentes associativos jovens, introduzir boas práticas no associativismo jovem e fomentar o associativismo. Uma atividade coordenada por Vítor Lapa Fernandes. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores desenvolvido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Inscrições: participa.politica@gmail.com.
Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante inscrição através do e-mail participa.politica@gmail.com.
18h45 – cinema
Sessão Ativismo em Curso
Sala 3
“Instantes de peligro”, de Santiago Canción, 15’ (Argentina)
Iki, um militante territorial, leva três tiros nos momentos de maior tensão da história argentina contemporânea: em 2001, 2002 e 2016. Porém, nenhum deles o mata. A sua história reflete uma série de momentos de perigo. Entre a atuação coletiva, o ativismo territorial e experiências pessoais, tece-se este filme que aborda o compromisso pessoal e político de um destacado líder de movimentos populares.
“L’últim combat”, de Joan Paüls Vergés, 20’ (Espanha)
Entre a demência de um homem e a memória de um país inteiro. Ernest confunde passado e presente para voltar às memórias da guerra civil. Tem uma determinação clara: regressar à sua cidade para terminar o que começou há 70 anos. Premiado no Festival Internacional de Cine por la Memoria Democrática de Madrid.
“Adidas Owns the reality”, de Keil Orion Troisi e Igor Vamos, 22’ (Camboja, Alemanha e Estados Unidos)
Ativistas decidem denunciar as condições de trabalhadores da cadeia de abastecimento da Adidas. Como? Organizando um desfile na Berlin Fashion Week, onde recorrem ao humor e à ironia para levar o mundo a prestar atenção aos abusos laborais e ambientais que a marca tenta esconder. Em 2023, em plena Web Summit, subiram ao palco para lançar uma “nova” bitcoin da Adidas, ao lado do DJ Marshmello. Soube-se depois que era uma ação de ativismo de guerrilha. Premiado no Workers Unite Film Festival, de Nova Iorque.
Filmes legendados em português.
21h30 – humor
Beatriz Gosta – espetáculo
Sala Manoel de Oliveira
Beatriz Gosta apresenta-se num formato especial dedicado ao feminismo e ao combate às discriminações e ao preconceito. Será uma atuação onde os temas que percorrem o seu mais recente espetáculo de stand up, “RESORT”, partilham o palco com as inquietações mais recentes, num formato pensado especialmente para o Festival Política. Beatriz Gosta dispensa apresentações, depois de ganhar vida através de um videoblog em 2015, alcançou um lugar de destaque no meio digital, dando rapidamente o salto para a rádio e televisão. Atingiu grande notoriedade junto do público e conseguiu conquistar os corações de várias gerações com o seu jeito único de ser e abordar até os assuntos mais sensíveis. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP)
23h – cinema
Sessão Maiores de 18
Sala 3
“A culpa é da água”, de Ana Leonor Guia, Marta Quintanito Roberto, Ruben Pinto, Tiago Magalhães, 5’ (Portugal)
Gisberta, mulher trans imigrante, recebe a notícia de que é seropositiva. Perde as suas fontes de rendimento e torna-se sem abrigo e toxicodependente. No edifício onde escolhe ter o seu abrigo é abordada por jovens extremamente violentos.
“Cruising”, de Nadir Sonmez, 7’ (Turquia)
A cultura do sexo gay ao ar livre continua a ser preservada num parque anónimo em Istambul. À noite, a câmara segue a coreografia do “cruising”, um narrador faz um relato formal e os corpos estão ausência. É uma etnografia da luxúria masculina no escuro. Curta-metragem selecionada para o Rotterdam Film Festival e para a New MoMA Doc Fortnight 2025.
“Rainbow Nation”, de Marieke Dermul, 25’ (África do Sul e Bélgica)
África do Sul, o paraíso queer – ou pelo menos é o que se diz. Conhecemos as imagens do Orgulho de Joanesburgo. A África do Sul é o único país em todo o continente africano onde as pessoas LGBTQIA+ têm direitos iguais e podem casar. No entanto, o contraste entre a Constituição e a realidade quotidiana é gritante. As pessoas queer lutam pelas suas vidas todos os dias. Correm o risco de agressão física, violação ou assassinato. Todos os anos, mais de 500 mulheres lésbicas são violadas devido à sua orientação sexual. No Soweto, no mesmo local onde ocorrem os crimes de ódio, estas pessoas pretendem recuperar as ruas e mostrar que ousam ser elas próprias.
“Les filles c’est fait pour faire l’amour”, de Jeanne Paturle, Cécile Rousset e Jeanne Drouet, 16’ (França)
Filme de animação que segue a investigação de uma socióloga sobre a sexualidade em casais. As entrevistas a mulheres heterossexuais entre os 25 e os 45 anos abordam experiências, desejo e amor, bem como as normas nas relações homem/mulher e os caminhos para a emancipação.
Filmes legendados em português.
QUATRO EXPOSIÇÕES NO SÃO JORGE
“Portugal em 1975 – Entre a revolução e a mudança”, de Marques Valentim
1975 foi um ano decisivo na História de Portugal. A Revolução dos Cravos, ocorrida no ano anterior, abriu caminho para uma sociedade em ebulição, onde os sonhos de liberdade, os conflitos ideológicos e a construção da democracia marcaram o quotidiano dos portugueses. As fotografias de Marques Valentim transportam-nos para o coração desse ano intenso, capturando momentos de euforia e incerteza. Entre fotografias icónicas, registos menos conhecidos e imagens inéditas, é um convite à reflexão sobre um dos períodos mais transformadores da história contemporânea do país.
“50 Anos das Primeiras Eleições Livres em Portugal”
As eleições mais participadas de sempre em Portugal foram para a Assembleia Constituinte, realizadas a 25 de abril de 1975, com uma taxa de participação de 91,66 por cento. Esta exposição assinala meio século das primeiras eleições livres em Portugal, revisitando o contexto político, o processo eleitoral e os resultados.
“Barómetro da Imigração: a perspetiva dos portugueses”
O que pensam os portugueses sobre a imigração e os imigrantes? Querem mais ou menos imigrantes? São os imigrantes todos iguais para os portugueses? A imigração é vista como ameaça ou oportunidade? Nesta exposição, procura-se responder a estas e outras perguntas com base nos dados do último Barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos dedicado às perceções dos portugueses sobre imigração. Este estudo é da autoria de Rui Costa Lopes (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), João António (Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa) e Pedro Góis (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Observatório das Migrações).
“O que sopra aqui, hoje”, de Zenha Preto
Há uma vontade no ar. A 25 de abril de 2024 um vento de gente varre a cidade. A Avenida da Liberdade enche-se de faixas, bandeiras e balões. Os cravos estão no ar – as mãos cerradas também. Todas as gerações estão presentes. Movidas por um sopro que as leva, mais do que a celebrar a democracia, a afirmar que esta não está ainda esquecida. Os ventos já foram mais favoráveis, mas 50 anos depois da revolução de abril as pessoas estão na rua. Será a inquietação que as move?
Bilhetes: Entrada gratuita. Necessário levantar bilhete na bilheteira do Cinema São Jorge no próprio dia. Horários de bilheteira: dia 24 de abril: 15h-23h15; dia 25 de abril: 15h-22h; dia 26 de abril: 15h-23h30.