Programação Loulé – 19 de outubro

O Festival Política está de regresso a Loulé, entre os dias 17 e 19 de outubro, tendo a Intervenção como tema transversal à programação e aos desafios lançados a artistas, criadores, jovens e sociedade civil. Todos os espetáculos e debates têm interpretação para língua gestual portuguesa e todos os filmes, incluindo os falados em português, estão legendados em português. Entrada gratuita. Fica a conhecer a programação do dia 19 de outubro (sábado).

10h30 – visita guiada em Alte
“Uma aldeia cultural entre a memória e a utopia”
Visita à exposição em Alte do objeto artístico do projeto “Liberdarte – Entre a memória e a utopia” que reúne registos sobre a memória compartilhada de artistas que vivenciaram o 25 de abril, contrastando com artistas contemporâneos, explorando o quotidiano artístico em 1974 e sua evolução em 50 anos, seguida de passeio pela aldeia onde serão apresentados momentos desta pesquisa, num mapa artístico com intervenção de residentes locais. Ponto de encontro em Loulé: saída de autocarro às 10h na Avenida 25 de Abril, n.º 6; ponto de encontro em Alte: Casa do Povo de Alte: Estrada da Ponte, n.º 19, às 10h30. Sem limite de idade para a participação. Inscrição gratuita: participa.politica@gmail.com. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação na inscrição.

12h30 – almoço comunitário em Alte
Almoço partilhado na Fonte Grande em Alte. Os participantes são convidados a trazer algo para comer e partilhar com os outros. Serão também convidados artistas e comunidade local, para um momento de convívio e partilha de histórias. Para mais informações: participa.politica@gmail.com. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação na inscrição.

15h – oficina para crianças
“Viva a Liberdade”
Auditório do Solar da Música Nova
Uma oficina dinamizada por Andreia Cordeiro com o propósito de criar um postal-cravo, como forma de comunicação e de celebração dos 50 anos do 25 de Abril. Uma hora para explorar a técnica mista de carimbos e materiais riscadores para dar asas à imaginação e à Liberdade. Idade dos participantes: 5 a 10 anos. Inscrições gratuitas: participa.politica@gmail.com. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação na inscrição. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores, promovido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

17h – apresentação
“Faz-te Ouvir”
Auditório do Solar da Música Nova
O projeto “Faz-te Ouvir” visa criar e gravar uma série de entrevistas audiovisuais com membros da comunidade Roma, apresentando uma variedade de realidades e histórias de superação captadas nos seus contextos diários. O objetivo principal é combater os preconceitos e estereótipos negativos que frequentemente envolvem esta comunidade. As entrevistas são conduzidas por uma jornalista cigana, com o intuito de destacar casos de sucesso e exemplificar a diversidade de experiências entre os ciganos, desde feirantes a secretários de Estado. Além de evidenciar histórias inspiradoras e a preservação das memórias, tradições e práticas culturais da comunidade Roma, o “Faz-te Ouvir” aborda as questões históricas de discriminação, exclusão social e perseguições enfrentadas por este grupo ao longo dos séculos. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa. 

18h30 – cinema+conversa
“Que força é essa?”, de Lígia Fernandes, Nicole Campos Sánchez, Ricardo Reis, 80’ (Portugal)
Auditório do Solar da Música Nova
Como era o dia a dia de um artista em 1974, em Portugal face ao que é ser artista passados 50 anos? Através de uma abordagem histórica e contemporânea, em entrevistas a vários artistas, este filme de autor reflete sobre a resistência artística em Portugal, e a sua evolução em 50 anos, proporcionando uma reflexão e quebra de paradigma sobre o como é ser-se artista em Portugal. O filme mostra como a resistência artística evoluiu ao longo do tempo, inspirando novas gerações a valorizar e defender a liberdade de expressão, contribuindo para a promoção dos valores da liberdade e da expressão artística, contribuindo para a utopia de uma sociedade mais justa. Em paralelo, desconstrói a imagem idealizada da profissão artística, através da partilha de episódios do seu quotidiano. Um pequeno diálogo em contínuo sobre a importância da arte como um veículo de resistência e transformação social. Entre os artistas e personalidades que participam no filme, encontram-se Joana Craveiro (atriz, encenadora, Teatro do Vestido), Daniel Vieira (pintor), Manuel Pureza (realizador), Rosário Félix (pintora, desenhadora, muralista), Mariana Santos (pintora, muralista), Margarida Tengarrinha (pintora), Alfredo Cunha (fotógrafo), André Murraças (encenador, ator), Francisco Fanhais (cantor, compositor), Alexandre Alves Costa (arquiteto). Filme legendado em português. Após a sessão segue-se uma conversa com os realizadores do filme e convidados, com interpretação para Língua Gestual Portuguesa. 

21h – humor
“O que importa é participar” – espetáculo de Hugo van der Ding
Cineteatro Louletano
O que importa, como sabemos, é participar. Ainda que, por vezes, não levemos a taça para casa. A História de Portugal está cheia de participações especiais. Como daquela vez que os padres se passaram com o rei e o puseram a andar (1245). Ou quando o povo de Lisboa mandou o bispo de Lisboa em voo pela janela da Sé (1383). Ou aquela vez em que as fiandeiras do Porto se revoltaram contra o rei, que era espanhol (1629). Ou quando, no Brasil, o Zumbi dos Palmares lançou a luta contra os portugueses (1695). Ou quando os trabalhadores das obras do Palácio de Mafra cruzaram os braços até que lhes pagassem o que deviam (1732). Ou quando os pescadores de Olhão se revoltaram contra as tropas dos franceses (1808). Ou quando um grupo de mulheres do Norte quis à força enterrar uma velha numa igreja (1846). Ou quando os tipógrafos de um jornal fazem a primeira greve fabril em Portugal (1849). Ou quando umas curandeiras burlonas chinesas quase derrubaram a República (1911). Ou quando andou tudo à batatada pela falta de batatas (1917). Ou quando, contra a ditadura do Estado Novo, se assaltou um barco (1961), um avião (1961) e um banco (1967). Terminando tudo, faz agora cinquenta anos, num dia inicial inteiro e limpo (1974). Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa. 

23h – cinema
Sessão Maiores de 18
Cineteatro Louletano

“Will you come with me?”, de Derya Durmaz, 2’ (Alemanha)
Uma pequena história passada em Berlim. A cidade que aparenta ser um território de liberdade, dá uma bofetada na cara no momento das relações mais íntimas.

“Fragments”, de Marie-Lou Béland, 9’ (Canadá)
Vozes de mulheres levantam-se para testemunhar momentos de violência sexual. São fragmentos de experiências que traçam um retrato social.

“Nadie se enamora en un cine porno”, de Varinia Perusin, 9’ (Argentina)
H. é um homem adulto que frequentou cinemas de filmes pornográficos de Mar del Plata durante a maior parte de sua vida. Após uma experiência reveladora, reavalia a forma como se relaciona com a sociedade.

“Maghreb’s hope”, de Bassem Ben Brahim, 24’ (Argélia, Brasil, Marrocos e Tunísia)
Retratos das experiências de pessoas queer do Magrebe, nomeadamente da Líbia, Argélia, Tunísia e Marrocos. São pessoas que, corajosamente, quebraram tabus sociais em torno do seu género e sexualidade, desafiando os sistemas legais, sociais e familiares. Todos os filmes estão legendados em português. 

Exposições (todos os dias)

História LGBT+ em Portugal
Um panorama histórico da comunidade LGBT+ em Portugal: os desafios que enfrentou ao longo dos anos e os marcos mais importantes na sua luta contínua pela conquista de direitos. Curadoria: Clube Rainbow.

Afinal quantas pessoas se abstêm em Portugal?
Os números oficiais da abstenção apontam sistematicamente para a baixa participação dos portugueses nas eleições. Mas serão estes números um bom retrato da realidade? “Afinal, quantas pessoas se abstêm em Portugal?” baseia-se no estudo preparado por João Cancela, José Santana Pereira e João Bernardo Narciso para a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), em que se avalia a magnitude e as causas da abstenção técnica no país, formulando propostas concretas para lidar com este fenómeno.

Polarização afetiva: causas e implicações para o sistema democrático
O conceito de polarização afetiva começou a ser estudado nos Estados Unidos há mais de uma década. A exposição baseia-se em vários papers científicos que têm vindo a ser publicados sobre o fenómeno em vários países, Portugal inclusive, mostrando-se as causas e as implicações que a polarização afetiva tem para o funcionamento dos regimes democráticos. Uma perspetiva de Filipe Pacheco.

Vozes Silenciadas
Que impacto tem na democracia o sentimento de que ninguém nos está a representar? Com o projeto Vozes Silenciadas, Isménia Pereira evidencia que não se considera representada junto dos decisores políticos e que não sente que consiga ter uma voz interventiva. Isménia Pereira convidou outras pessoas a participarem nesta reflexão. Integra nas suas obras a sua e essas vozes, que muitas vezes não conhecem o caminho para serem ouvidas. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores, promovido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Cada Rosto Liberdade
Em tempos em que a nossa liberdade é ameaçada cabe à educação garantir a sua proteção. Enquanto professora de Artes, Andreia Cordeiro tenta, em todas as oportunidades, ensinar aos mais novos os valores de Abril. No passado ano letivo, nos 50 anos de 25 de Abril, desafiou as turmas a criar postais para celebrar a Liberdade. Projeto desenvolvido com alunos do 2º ano da Escola Primária Raul Lino, em Alcântara, Lisboa. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores, promovido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Programação completa do Festival Política de Loulé: 17 de outubro, 18 de outubro e 19 de outubro

Mais informações sobre acessibilidades no Festival Política de Loulé