Programação Loulé – 18 de outubro
O Festival Política está de regresso a Loulé, entre os dias 17 e 19 de outubro, tendo a Intervenção como tema transversal à programação e aos desafios lançados a artistas, criadores, jovens e sociedade civil. Todos os espetáculos e debates têm interpretação para língua gestual portuguesa e todos os filmes, incluindo os falados em português, estão legendados em português. Entrada gratuita. Fica a conhecer a programação do dia 18 de outubro (sexta-feira).
17h30 – conversa “Beers&Politics”
“Portugal desistiu de combater a corrupção?”, com João Paulo Batalha
Café Calcinha
A alínea j) do Programa do Movimento das Forças Armadas, apresentado a 25 de Abril de 1974, prescrevia como medida imediata do novo regime “o combate eficaz contra a corrupção”. 50 anos depois, a corrupção é a grande ameaça à democracia. Portugal desistiu deste combate? Uma conversa descontraída que assinala a estreia do formato Beers&Politics no Algarve. João Paulo Batalha é vice-presidente da associação Frente Cívica, dedicada à defesa de questões de interesse público, e consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção, além de colunista e conferencista, tratando temas ligados à integridade pública e à participação cívica. Em 2010, foi um dos fundadores da Transparência Internacional Portugal, tendo desempenhado as funções de diretor executivo e presidente da direção. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa (LGP) mediante solicitação através do e-mail participa.politica@gmail.com.
18h30 – cinema
“A cor da liberdade”, de Julio Pereira, 69’ (Portugal)
Cineteatro Louletano
Documentário que parte da história de José Pedro Soares, ex-preso político que foi detido e torturado pela PIDE entre 1971 e 1974, e contextualiza Portugal e a sua realidade social à época, através das memórias de ex-presos políticos, historiadores, jornalistas e artistas. Uma mensagem de luta e diferentes formas de resistência que é urgente conhecer e preservar. Filme legendado em português.
21h – música
Fado Bicha mata o Fado, com amor
Cineteatro Louletano
O que é o fado? Esta é uma pergunta feita ad nauseam às pessoas da comunidade do fado pelas próprias pessoas da comunidade do fado, num afã de perpetuar a romantização do fado como entidade artística sem definição possível (e, logo, controlada de dentro para dentro) e intrinsecamente nacional. Uma resposta possível poderia ser: é um gênero musical urbano português de influência afrobrasileira, com génese em Lisboa no início do século XIX e caracterizado por melodias simples e melancólicas e um liricismo de expressão emocional.
Uma resposta mais complexa leva-nos pela história deste território a que chamamos Portugal nos últimos dois séculos, cruzando o império colonial que Portugal foi com a queda da monarquia e a ditadura fascista.
O que é que isto faz do fado hoje em dia? Fado Bicha trazem um concerto intimista, de voz e guitarra elétrica, em que revisitam fados antigos e tradicionais e nos falam da história do fado e de histórias dentro do fado, evocando Hermínia Silva, Pedro Homem de Mello ou António Ferro, entre muites outres. Dar voz ao que ficou por contar, ao que significa tradição e o que ela necessariamente exclui para se impor. Nomear como forma de justiça poética – o passado convive com o presente e Fado Bicha tenta cozinhar um futuro em que toda a pluralidade humana possa ter lugar à mesa. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa.
Exposições (todos os dias)
História LGBT+ em Portugal
Um panorama histórico da comunidade LGBT+ em Portugal: os desafios que enfrentou ao longo dos anos e os marcos mais importantes na sua luta contínua pela conquista de direitos. Curadoria: Clube Rainbow.
Afinal quantas pessoas se abstêm em Portugal?
Os números oficiais da abstenção apontam sistematicamente para a baixa participação dos portugueses nas eleições. Mas serão estes números um bom retrato da realidade? “Afinal, quantas pessoas se abstêm em Portugal?” baseia-se no estudo preparado por João Cancela, José Santana Pereira e João Bernardo Narciso para a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), em que se avalia a magnitude e as causas da abstenção técnica no país, formulando propostas concretas para lidar com este fenómeno.
Polarização afetiva: causas e implicações para o sistema democrático
O conceito de polarização afetiva começou a ser estudado nos Estados Unidos há mais de uma década. A exposição baseia-se em vários papers científicos que têm vindo a ser publicados sobre o fenómeno em vários países, Portugal inclusive, mostrando-se as causas e as implicações que a polarização afetiva tem para o funcionamento dos regimes democráticos. Uma perspetiva de Filipe Pacheco.
Vozes Silenciadas
Que impacto tem na democracia o sentimento de que ninguém nos está a representar? Com o projeto Vozes Silenciadas, Isménia Pereira evidencia que não se considera representada junto dos decisores políticos e que não sente que consiga ter uma voz interventiva. Isménia Pereira convidou outras pessoas a participarem nesta reflexão. Integra nas suas obras a sua e essas vozes, que muitas vezes não conhecem o caminho para serem ouvidas. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores, promovido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Cada Rosto Liberdade
Em tempos em que a nossa liberdade é ameaçada cabe à educação garantir a sua proteção. Enquanto professora de Artes, Andreia Cordeiro tenta, em todas as oportunidades, ensinar aos mais novos os valores de Abril. No passado ano letivo, nos 50 anos de 25 de Abril, desafiou as turmas a criar postais para celebrar a Liberdade. Projeto desenvolvido com alunos do 2º ano da Escola Primária Raul Lino, em Alcântara, Lisboa. Projeto vencedor do concurso de bolsas para jovens artistas, ativistas e criadores, promovido pelo Festival Política e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Programação completa do Festival Política de Loulé: 17 de outubro, 18 de outubro e 19 de outubro
Mais informações sobre acessibilidades no Festival Política de Loulé